Victoria inesquecível!

Quando o Náutico foi campeão em 2004, naquela memorável vitória de 3x0 sobre o Santa no estádio do Arruda, eu estava em férias no Canadá. Não pude vibrar ao vivo no estádio, como das outras vezes, mas a vibração - mesmo à distância - foi muito especial. Eu conto como foi.

No dia 11 de abril, dia da primeira partida das finais, eu e Keilla estávamos em Vancouver. Passeávamos pelo Stanley Park enquanto o Santa derrotava o Náutico nos Aflitos por 1x0. Parecia que o campeonato já estava se definindo, pois seria muito difícil derrotar o Santa por 2x0 no Arruda, com eles jogando pelo empate. Keilla, como boa tricolor, tratou de tirar onda com a minha cara. Nem por isso eu tirei a camisa alvirrubra do corpo: minha paixão pelo Náutico não depende só de títulos.

Na semana seguinte, a segunda partida da decisão. Não é que ela aconteceu exatamente enquanto estávamos viajando de Vancouver para Victoria, no ferry boat, onde não havia sequer um ponto de internet? Que ansiedade! O clima frio parecia querer me preparar para a derrota. Melhor aproveitar a beleza da paisagem.

Ao desembarcar na capital de British Columbia, senti que o clima havia mudado. Primeiro uma placa branca com letras vermelhas anunciava: "Victoria". Em seguida, as centenas de bandeiras vermelhas e brancas que vi espalhadas pela cidade pareciam querer indicar alguma coisa a mais, não apenas que estávamos em terras canadenses. "Não mistura as coisas, rapaz. Não te ilude!", pensei.

Chegamos ao albergue rapidinho. Deixei as malas no carro, me apresentei na recepção e fui logo perguntando onde eu poderia acessar a internet. Com o coração batendo a mil, fui lá digitei: www.jc.uol.com.br. Qual a primeira notícia que vi? "Náutico vence por 3x0 e é Campeão!" Aí eu não resisti e, como ninguém ali ia me entender mesmo, soltei um sonoro "PQP! É Campeão, #@#$%!".

E não é que era verdade? Aquelas bandeiras não estavam ali por acaso. Estavam me avisando o tempo todo: hoje é dia de Victoria!